segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lançamento livro sobre Coco Chanel



Vamos falar de um lançamento que, mais uma vez, traz à luz uma das personalidades mais intrigantes, cheia de opinião e inventivas do séc. XX:  a história da estilista e ícone Coco Chanel num livro de Jerome Gautier, especialista em fotografia e história da indumentária.

Vestido preto,  inspirações barrocas e a androginia são as chave do estilo Chanel, “uma moda com um léxico singular presente na atual moda plural”, explica Jerome Gautier em seu livro Chanel, as Chaves de um Estilo (em tradução livre).

Tá, hoje, 2012, pode parecer banal mas pensar em uma mulher vestida de preto com uma certa elegância traduzida do armário masculino na década de 20 do séc. XX era coisa para visionários.

Gabrielle Chanel, estilista muito à frente de seu tempo, criou um “look” que transcendeu sua época. Inspirada pelo desejo de comodidade lançou um estilo atrevido, moderno e informal com o qual ofuscou os pomposos vestidos de festa. Substituiu “Roupas que apresentavam a mulher como uma boneca empetecada, asfixiada pelos penduricalhos e pelos desagradáveis espartilhos” por modernidade, audácia e sofisticação “Não há nada que envelheça mais uma mulher do que aquilo que a enriquece”, declarava a desenhista, que transformou o preto em sua marca pessoal.

Em 1913, Mademoiselle Chanel abriu sua primeira loja em Deauville, onde lançou sua coleção esportiva e de algodão leve. “Eu dei às mulheres braços de verdade, pernas, movimentos autênticos e a capacidade de rir e de comer sem se sentir mal por isso”, dizia Coco, que estudou em um internato de freiras.

Em Biarritz, lar de uma sociedade endinheirada, Chanel lançou sua primeira coleção de alta costura envolta em um ar de liberdade. “Recorto, ajusto e suprimo tudo o que incomoda o corpo e limita o gesto”, afirmava a estilista.

Seu primeiro sucesso foi um vestido sem gola. Depois, vieram a blusa e o estilo marinheiro. A partir desse momento, ninguém ignorava mais Mademoiselle Chanel, “uma estilista pioneira que foi recebida pela melhor clientela de Paris”, detalha o autor.

Orgulhosa de seu sucesso, Coco se empenhou em sofisticar ainda mais seu estilo e em 1926 lançou o modelo número 817, o famoso vestidinho preto.

Muitas mulheres se tornaram suas clientes, mesmo as menos abastadas reivindicavam o melhor estilo Chanel. E ela, ao invés de se irritar com as cópias, as tomava como homenagens. “É verdade que copiam meus desenhos, mas isso não me preocupa, ao contrário, é uma enorme publicidade para mim”, comentou em uma ocasião.

A partir dos anos 1930, após uma viagem a Veneza, Chanel começou a exibir seu gosto pelo luxo, refletido em seus novos vestidos de festa, alguns em lamê dourado, lembrando barras de ouro.

A iconografia bizantina e persa a inspirou a criar novos desenhos de casacos para o dia e imponentes trajes para a noite, que não passavam despercebidos.

Além de contar com seu talento para criar um novo vestuário feminino, Coco Chanel se tornou a melhor garota propaganda de suas coleções. Era a modelo perfeita: “muito magra, com os cabelos à la garçon, “e sem peito nem cintura, muda as regras da sedução e leva a moda andrógina às ruas, tendência que fascina a homens e mulheres”, revela Gautier.

Assim, a jovem encarnou a antimoda e chamou atenção para sua graça de menina selvagem. Usava roupas de seus amantes e amigos, e aparecia em público com gravatas, gabardines e sapatos baixos.

Depois, vieram os jerseys, o pijama e as jaquetas de tweed com cachecol, figurino que realçava o estilo andrógino, “uma elegância inspirada na confusão entre o masculino e o feminino. Era uma minimalista à frente de seu tempo”, conta o autor. “As mulheres estão sempre vestidas demais, mas nunca muito elegantes”, afirmava Coco Chanel.

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